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Mensagens do blog por Marcos Daniel Soares

Drogas Psicoativas: Entre a Terapêutica e a Dependência

As drogas psicotrópicas de uso recreativo ou abusivo apresentam diferentes potenciais em desenvolver dependência química, ou seja, em desenvolver no indivíduo um conjunto de alterações fisiológicas e comportamentais, incluindo: desejo compulsivo pelo seu uso; dificuldade de diminuir ou interromper seu consumo; sintomas de abstinência decorrente da interrupção do uso, dentre outras características.

Sabemos, por exemplo, que drogas como a cocaína, a nicotina e a heroína possuem potencial muito forte de dependência. Etanol, solventes e anfetaminas, possuem potencial forte de gerar dependência. Fármacos benzodiazepínicos possuem potencial moderado, cannabis potencial fraco e, finalmente, drogas psicodélicas, como mescalina e LSD, possuem potencial fraco ou mesmo inexistente. Porém, a dependência é um processo complexo e multifatorial, uma vez que o ser humano é um ser não apenas biológico, mas biopsicossocial.

Assim, a susceptibilidade em se desenvolver a dependência química depende não apenas de variáveis relacionadas à droga propriamente dita (potencial de recompensa, grau de pureza, custo, via de administração, dose e frequência de uso etc.), mas também de variáveis relacionadas ao indivíduo (predisposição genética, presença de sintomas psiquiátricos, traço de comportamento de risco, adolescência) e variáveis relacionadas ao ambiente (disponibilidade da droga, atitude da comunidade frente ao seu uso, contexto socio-econômico-cultural, estrutura familiar, estresse). Adicionalmente, assim, como existem os fatores de risco mencionados acima, em sentido diametralmente oposto, existem os fatores de proteção, ou seja, que diminuem a probabilidade de desenvolver dependência. 

Dentre os fatores de proteção, temos a boa estrutura familiar, capacidade de autocontrole, expectativas e objetivos de vida, resiliência (capacidade do indivíduo se recuperar após um estresse), possibilidades de cultura, lazer, esporte e entretenimento, e religião.  Coerentemente, a abordagem para tratamento da dependência deve ser multifatorial, considerando a condição biopsicossocial do ser humano. Assim, a abordagem que produz os melhores resultados é aquela que inclui tratamentos farmacológicos (específicos para cada droga), alimentação, atividade física, abordagens psicossociais (terapias de grupo, por exemplo), psicoterapia cognitivo-comportamental.


  
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